Robélio Leandro Marchão

Resumo da pesquisa

Muitos trabalhos têm comprovado os benefícios de espécies forrageiras de duplo propósito, especialmente gramíneas e leguminosas, para as culturas anuais sucessoras em sistemas integrados, porém, faltam informações para a correta recomendação de uso dessas plantas para a maioria dos sistemas agropecuários existentes. É conhecido o uso de espécies leguminosas fixadoras de N, ou adubos verdes, e apesar da vasta experiência da Embrapa no tema, são escassos os sistemas integrados de produção em que essas espécies são rotineiramente utilizadas pelos produtores. Com isso, a utilização das leguminosas em consórcio em áreas de pastagens rotacionadas com lavouras no Cerrado, restringe-se a áreas com solos arenosos, ou muitas vezes, em pequenas áreas de produção orgânica. Uma vez que a pesquisa determine um sistema em que as espécies fixadoras de N sejam manejadas sem prejudicar a produção da cultura principal (manutenção e viabilidade no caso das pastagens), certamente seu uso será ampliado e utilizado, também, em grandes áreas. Nesse sentido, o estudo das estratégias de implantação e manejo das leguminosas de duplo propósito (forragem/adubo verde para o solo), tanto nas pastagens quanto nas lavouras, é pertinente, pois as leguminosas podem contribuir para as culturas graníferas e forrageiras, seja via consorciação ou sucessão via sistemas integrados lavoura-pecuária (ILP). O objetivo desta proposta é ampliar o conhecimento sobre práticas de manejo visando a inserção de leguminosas forrageiras em sistemas integrados. Para isso, propõe-se adaptar sistemas de ILP que contemplem o uso de leguminosas forrageiras de duplo propósito visando ao aumento da produtividade agropecuária, eficiência no uso de nutrientes e melhoria na qualidade do solo.

Foram obtidas uma série de recomendações que abordam como os sistemas integrados auxiliam na mitigação das emissões e mantêm a qualidade do solo com frações mais estáveis de carbono. Além disso, as pesquisas demonstraram que o sistema de integração nas suas diferentes modalidades apresenta o maior estoque de carbono no solo, um indicador importante para a sustentabilidade dos sistemas agrícolas.

As imagens abaixo mostram os pastos consorciados com a leguminosa feijão guandu, implantados com o apoio do projeto. Estamos avaliando toda a dinâmica do nitrogênio no solo e no sistema solo-planta, assim como o impacto da leguminosa nessa dinâmica. Nosso objetivo é determinar a quantidade de nitrogênio que a leguminosa está contribuindo para o sistema e como isso afeta a dieta dos animais e a qualidade do solo.

Além disso, estamos avaliando as emissões de óxido nitroso provenientes dos dejetos dos animais (fezes e urina), que também podem ser influenciadas pela presença da leguminosa. Para fechar o balanço, estamos quantificando o metano proveniente da fermentação do rúmen, assim como a fermentação nos dejetos dos animais e as emissões do solo por meio de câmaras estáticas. Também estamos medindo o carbono armazenado tanto na parte aérea quanto no solo.

Com todos esses dados em mãos, poderemos calcular o balanço de emissões do sistema, o qual será acompanhado por meio de publicações em nosso site.

Essa é nossa equipe de bolsistas e consultores que atuaram pelo projeto! Continuaremos empenhados em desenvolver soluções práticas e inovadoras para os desafios da agropecuária na região, contando com o apoio e engajamento de todos. Juntos, podemos fazer a diferença!