Pedro Luís Machado

A pesquisa traz alternativas à produção da soja, investindo em espécies de arroz e feijão integrado ao pasto para produção de carne, sendo que esse sistema, dependendo do interesse, pode atender produções em escalas maiores. A intenção é desconcentrar a produção agrícola do centro-oeste brasileiro apenas na estação chuvosa (final de outubro a início de março). Alguns resultados parciais foram apresentados em forma de painéis no evento de Jovens Talentos realizado pela Embrapa e o pesquisador também participou de uma publicação abordando assuntos como noções, mitigação e adaptação da Agropecuária Brasileira. Essa publicação ajuda na compreensão de tópicos relacionados à mudança climática e à agricultura de forma nivelada para diversos públicos nas discussões sobre o tema, com informações importantes e baseadas em publicações científicas que abordam a produção agropecuária nos biomas Cerrado e Mata Atlântica. A área experimental da pesquisa possui um sensor de Eddy covariance que mede, continuamente 24 horas, a emissão de CO2 e de metano.

Pesquisa Goiás ABCNet: Maximizando o Sequestro de Carbono e Produtividade na Agricultura Sustentável

Nossa pesquisa, liderada pelo coordenador Pedro Machado, propõe uma abordagem inovadora para maximizar o sequestro de carbono, buscando também maior mitigação das emissões mantendo a produtividade em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) em Goiás. Com foco nas culturas fundamentais do Brasil, como arroz e feijão, buscamos identificar práticas agrícolas eficazes como inoculantes (bioinsumos) que promovam uma agricultura de baixa emissão de carbono.

Nossa equipe é composta por especialistas multidisciplinares em agronomia, ciências do solo, zootecnia e climatologia, comprometidos em desenvolver soluções inovadoras para os desafios da agricultura sustentável em Goiás.

Realizamos uma análise abrangente dos sistemas agrícolas, considerando aspecto do solo, fitotécnicos, zootécnicos e microclimáticos. Juntamente com a adoção de bioinsumos, cultivares de arroz, feijão e forrageiras modernas e aptas às rotações no mesmo espaço e em menos dias, utilizamos técnicas avançadas, como eddy-covariance, para medir a troca gasosa líquida de gases de efeito estufa e o sequestro de carbono no solo (balanço de carbono).

O solo desempenha um papel crucial no enfrentamento da mudança do clima por ser o maior compartimento de carbono nos ecossistemas terrestres. Ao mesmo tempo, a produção de alimentos básicos e nutritivos é essencial para beneficiar a sociedade em geral. Portanto, promover boas práticas agrícolas mais sustentáveis é um importante passo para garantir a segurança alimentar e melhorar a saúde do solo. 

Nosso projeto identificou arranjos agrícolas e práticas agronômicas que promovem o acúmulo de carbono no solo, mitigação parcial de gases de efeito estufa (ex. N2O) e a produtividade de grãos em sistemas ILPF. Estamos contribuindo para uma agricultura mais diversificada e adaptada ao Cerrado goiano, promovendo o aumento da produtividade sem comprometer o equilíbrio de carbono.

• Como principais atividades e metodologias

1. Disponibilidade de um AgroLab-Campo em ILP sob plantio direto de 21 ha e munido de sensores medindo por 24 horas incessantemente;
2. Avaliação do desempenho de cultivares de grãos alimentares (feijão e arroz de terras altas) e forrageiras, incluindo biomassa com desempenho animal (ganho de peso vivo em gado de corte);
3. Teste de inoculantes (FBN) em substituição a adubação mineral nitrogenada em feijão-comum;
4. Avaliação do balanço de carbono por meio de câmaras estáticas e método micrometerológico eddy co-variance 

• Principais resultados apoiados pelo projeto (parte principal)

1. Viabilidade do cultivo de arroz de terras altas e feijão-comum em sistema ILP para bovinocultura de corte;
2. Relevante desempenho animal com ganho de peso (aprox. 1 kg/dia) na bovinocultura de corte com animais rústicos de baixa qualidade genética;
3. Complementação de estudo de longo-prazo identificando taxa de acúmulo de carbono no solo de até 0,9 kg C/ha;
4. Fase de pousio na lavoura identificada mais como fonte de emissão de GEE que dreno de CO2;

Nas imagens abaixo tem-se a demonstração do AgroLab-Campo em ILP para grãos alimentares e produção de carne com presença de sensores e estruturas para coleta de GEE e dados micrometeorológicos. Também pode ser observado o mecanismo de checagem do ganho de peso vivo de bovinos.

Como uma mensagem final para os beneficiários do projeto, ressaltamos que nosso trabalho visa não apenas impulsionar a produtividade agrícola, mas também proteger o meio ambiente e garantir a sustentabilidade a longo prazo. Ao implementar práticas agrícolas eficientes e sustentáveis, podemos criar um futuro mais resiliente e próspero para as comunidades rurais de Goiás. Junte-se a nós nessa jornada rumo a uma agricultura mais sustentável e resiliente!