Práticas e processos de produção agropecuária para mitigação de emissões de gases de efeito estufa.
Cláudia Jantalia, membro da equipe de pesquisadores da Embrapa Agrobiologia, está trabalhando em conjunto com uma equipe multidisciplinar para adaptar, calibrar e validar o modelo DNDC de simulação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) para sistemas integrados lavoura – pecuária nas condições do Cerrado para subsidiar ações que incrementem a produtividade agropecuária com mitigação de emissões de GEE
A recuperação de áreas de pastagem, adoção de sistemas integrados lavoura- pecuária- floresta e o uso da fixação biológica de nitrogênio são algumas das práticas que contribuem para aprimorar a produção de bovinos, visando reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE). Dessa forma, o estudo estava fundamentado em avaliações das emissões e absorções de gases de efeito estufa em sistemas que unem agricultura e pecuária, na verificação e confirmação da precisão do modelo DNDC (Denitrification-Decomposition Model), e em uma avaliação do balanço de gases de efeito estufa em diferentes cenários de recuperação de áreas de pastagem, sendo conduzidas em Santo Antônio de Goiás–GO.
Para tal estudo a metologia foi dividida em 2 tópicos. A coleta de dados de experimentos em andamento, especialmente do experimento da Embrapa Arroz e Feijão e, também, análise de dados publicados.
A modelagem analisou os múltiplos efeitos dos sistemas ILP e ILPF nas emissões de N₂O do solo em comparação com sistemas não integrados. Os resultados indicaram que o sistema agrícola integrado apresentou emissões de óxido nitroso semelhantes às do sistema não integrado. Em média, o ILP registrou emissões de N₂O-N de 0,08-12,3 kg ha-1 ano-1, com um fator de emissão de N₂O de 1,21% (±0,31%). As características do solo, intensidade de pastejo, eficiência na utilização de nitrogênio e diversidade de culturas do ILP foram identificados como fatores influenciadores das emissões de óxido nitroso. Foi observado que as emissões de N₂O podem atingir a mesma ordem de grandeza das estimativas de CH₄ entérico (5 MgCO2eq ha-1 ano-1) e compensar cerca de 38% das emissões de CO₂ decorrentes da colheita de madeira em sistemas ILPF.
Qual mensagem queremos deixar para o público do PRS-Cer.?
O resultado desse projeto deixa mais evidente que a adoção de sistemas integrados não aumenta as taxas de emissões de gases de efeito estufa e que quando a floresta é inserida há uma compensação real de CO2.
Produtos de destaque da pesquisa
Modelo DNDC de simulação de emissões de gases de efeito estufa (GEE)
A avaliação dos artigos feita nesta pesquisa indica que o ILPF tem uma capacidade significativa de reduzir o CO₂, podendo chegar a 14 Mg CO2eq por hectare na madeira colhida, compensando as emissões de N₂O e CH₄. No entanto, o N₂O pode anular até 38% desse benefício. Por outro lado, a ILP/IPLF tem a capacidade de gerar produtos com emissões de GEE negativas ou neutras, o que pode contribuir para os esforços visando alcançar a neutralidade de carbono, como, por exemplo, a produção de carne com pegada de carbono neutra.
Dia de Campo na Embrapa Arroz e Feijão aborda sistema de integração
A pesquisadora Beata Madari, integrante deste grupo, ao lado da Dra Mellissa Soler, discutiram o tema “Balanço de carbono e fertilidade do solo no sistema”. A aluna do Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGA) da UFG, Nwaiwu Chinelo Jennifer, com orientação de Beata Madari (ela está entre oito estudantes nigerianos do PPGA com orientadores da Unidade, também colaborou na apresentação.
Acompanhe-nos para descobrir as práticas que podem ser adotadas na agricultura e pecuária com o intuito de reduzir os impactos das emissões de gases de efeito estufa no bioma do Cerrado!