PRS - Cerrado abre chamada para novas OSPs e UMs
O Projeto Rural Sustentável - Cerrado acaba de disponibilizar uma nova chamada de seleção para Organizações Socioprodutivas (OSPs) e Unidades Multiplicadoras (UMs). Os(as) interessados(as) devem enviar as documentações até o dia 21 de abril. O resultado está previsto para o dia 25.
Entende-se como Organizações Socioprodutivas (OSPs), agrupamentos como Associações, Cooperativas, Centrais de Associações/Cooperativas, Sindicatos e demais instituições formalmente estabelecidas com viés às práticas produtivas do meio rural. Já as Unidades Multiplicadoras (UMs) são consideradas áreas com potencial de implantação de uma ou mais tecnologias de baixa emissão de carbono apoiadas pelo Projeto – os Sistemas de Integração Lavoura‐Pecuária‐Floresta (ILPF) e/ou Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD).
Serão identificadas e selecionadas 5 novas OSPs e 600 novas Unidades Multiplicadoras (UMs) beneficiárias. Com relação às Organizações Socioprodutivas (OSPs) já atendidas pelo projeto, será possível que façam a inclusão de novas Unidades Multiplicadoras (UMs) como beneficiárias, a partir de grupos de pelo menos 25 produtores(as). As novas OSPs poderão se inscrever com grupos a partir de 40 produtores(as).
Benefícios
Entre os benefícios que serão disponibilizados às OSPs estão o Plano de Negócios (PN) de cada organização, ações formativas e de capacitação, Benefícios Coletivos (BCs), Assistência Técnica Organizacional (ATO), participação em ações do Projeto, e divulgação da OSP em eventos, mídias e comitês.
No caso dos(as) produtores(as) rurais, os benefícios incluem assistência técnica especializada, participação em ações de capacitação do Projeto, Dias de Campo, e acesso às demais ações e incentivos relacionados com acesso ao crédito rural, finanças verdes, certificação, transferência tecnológica, entre outros.
Critérios de seleção
As Organizações Socioprodutivas devem obedecer aos seguintes critérios:
- Estar localizada no bioma Cerrado;
- Estar localizada em um dos 101 municípios de abrangência do Projeto;
- Estar legalmente constituída há pelo menos um ano;
- Apresentar Certidões de Nada Consta (CNDs);
- Não ter um histórico de elementos que possam afetar negativamente a sua imagem ou a imagem do Projeto;
- Atender aos limites mínimos e máximos de número de propriedades e de tipos de tecnologias a serem implantadas.
Entre os critérios para os(as) produtores(as) rurais das Unidades Multiplicadoras (UMs), estão: ter RG, CPF ou CNPJ válidos, comprovar a posse legal do imóvel do Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA), e comprovar vínculo com a OSP. Já a propriedade rural deve ter comprovante de inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR) ou processo de registro em andamento, além de também estar localizada no bioma Cerrado.
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Está aberta a chamada de novas Unidades Demonstrativas do PRS - Cerrado
Está disponível a chamada de cadastramento e seleção de novas Unidades Demonstrativas (UDs) para o Projeto Rural Sustentável - Cerrado! Os(as) interessados(as) devem enviar as documentações até o dia 31 de março. A seguir, você confere algumas orientações para a seleção de produtores e produtoras rurais, critérios de elegibilidade e avaliação, e os benefícios que serão disponibilizados aos selecionados(as).
O Projeto busca identificar e selecionar 30 novas propriedades que são consideradas áreas de referência de produção agropecuária onde já estão implantados e estabelecidos os Sistemas de Integração Lavoura‐Pecuária‐ Floresta (ILPF) e/ou Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD). Serão dadas prioridades às Unidades Multiplicadoras (UMs) que já participam do PRS - Cerrado e que tenham implantado e/ou estejam implantando tecnologias de baixa emissão de carbono que possuam o Componente Florestal.
Benefícios
Os(as) produtores(as) selecionados(as) receberão alguns benefícios, tais como: assistência técnica especializada, participação em ações de capacitação do Projeto, Dias de Campo, e divulgação da UD em eventos, mídias e comitês. Além disso, a propriedade será reconhecida como uma Unidade Demonstrativa, tendo a emissão de um certificado, material promocional e placa de identificação.
Critérios de seleção
Entre alguns critérios de elegibilidade para os(as) produtores(as) rurais, estão: ter RG, CPF ou CNPJ válidos e comprovar a posse legal do imóvel do Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA). Já as propriedades rurais devem obedecer aos seguintes critérios:
- Estar localizada no bioma Cerrado;
- Estar localizada em um dos 101 municípios de abrangência do Projeto;
- Comprovar inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR) ou processo de registro em andamento;
- Não ter um histórico de elementos que possam afetar negativamente a sua imagem ou a imagem do Projeto.
Para as UMs que já participam do PRS - Cerrado e desejam ser reconhecidas como UD, é preciso que a propriedade já tenha recebido pelo menos um Dia de Campo dentre os realizados pelo Projeto, e que passe por uma identificação e avaliação a ser realizada diretamente pela Equipe de Campo.
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PRS - Cerrado: novas propriedades e oportunidades marcam a extensão do Projeto
O ano de 2025 já nos trouxe boas notícias: o Projeto Rural Sustentável - Cerrado ganhou uma extensão de prazo! Isso significa mais recursos e mais atividades para darmos continuidade aos nossos propósitos de sustentabilidade no meio rural junto aos nossos(as) beneficiários(as). Dessa forma, seguimos firmes na missão de aumentar a produtividade agrícola sem agredir o meio ambiente, visando mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e aumentar a renda de pequenos(as) e médios(as) produtores(as) no Cerrado.
“Agora, com a extensão do Projeto, teremos mais tempo e recursos para gerar ainda mais impacto real na vida dos(as) beneficiários(as). O ano de 2025 será cheio de ações importantes, principalmente de assistência técnica e fortalecimento das OSPs, estamos muito animados pelo que está por vir, então, fiquem ligados!”, compartilha a Coordenadora Operacional do PRS - Cerrado, Kamila Rocha.
Confira algumas das atividades que estão previstas para os próximos meses no campo:
- Seleção de 30 novas Unidades Demonstrativas (UDs);
- Seleção de 600 novas Unidades Multiplicadoras (UMs) e 5 novas Organizações Socioprodutivas (OSPs), totalizando 1.800 produtores(as) com acesso ao crédito melhorado;
- Novos Dias de Campo.
Além disso, muitas ações de capacitação também estão sendo planejadas para disseminar conhecimentos entre produtores(as), estudantes, técnicos(as) e gestores(as). Entre essas atividades, estão a realização de uma Jornada de Aprendizagem nos estados, cursos para os Agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATECs), e seminários técnicos especializados.
Novos benefícios
As novas OSPs selecionadas receberão diversos benefícios durante a participação no Projeto, entre eles estão: Plano de Negócios (PN), Benefícios Coletivos (BCs), Assistência Técnica Organizacional (ATO), participação em ações de intercâmbio com outras organizações produtivas, Dias de Campo e divulgação da organização em eventos. Já as UDs e UMs receberão assistência técnica especializada, além de também poderem participar das ações e eventos do Projeto. Para as propriedades que já fazem parte do PRS - Cerrado, haverá a ampliação das atividades de ATER, com foco na implantação de tecnologias.
Em breve, novas informações serão divulgadas e o cadastro para novas OSPs e UMs será disponibilizado.
Sobre o PRS - Cerrado
Com atuação em quatro estados brasileiros, o Projeto Rural Sustentável - Cerrado tem como objetivo mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e aumentar a renda de pequenos(as) e médios(as) produtores(as) no bioma Cerrado, por meio da implementação de tecnologias de baixa emissão de carbono.
O projeto é resultado de uma Cooperação Técnica aprovada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com recursos do Financiamento Internacional do Clima do Governo do Reino Unido, tendo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) como beneficiário institucional, e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) como responsável pela sua execução e administração. A Embrapa é a responsável pela coordenação científica e a Associação Rede ILPF pelo apoio técnico.
Clique aqui para saber mais sobre o Projeto.
Reuniões do PRS - Cerrado em Minas Gerais trazem possibilidades de novas ações
Nos dias 19 e 20 de março, o Projeto Rural Sustentável - Cerrado foi até Belo Horizonte, em Minas Gerais, para uma rodada de articulações com entidades da região, visando novas possibilidades de ações em conjunto. O Coordenador Geral do PRS - Cerrado, Luís Tadeu Assad, a Coordenadora de Campo, Marília Ramos, e o Coordenador de Campo Estadual, Victor Oliveira, estiveram presentes na sede da EMATER-MG, na Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (SFA-MG) e no Instituto Estadual de Florestas (IEF).
As reuniões se iniciaram na EMATER-MG, onde foram discutidas novas ações de capacitação e eventos, com a prospecção de um seminário realizado em parceria com a empresa no estado, além de outros temas envolvendo a agropecuária de baixa emissão de carbono.
“Este encontro foi uma oportunidade fundamental para fortalecer parcerias estratégicas e alinhar ações em prol do desenvolvimento agropecuário sustentável em nosso estado, de forma a alcançar a neutralidade de emissões líquidas de gases de efeito estufa no território estadual até 2050, conforme compromisso da campanha Race to Zero [campanha global da ONU]”, destaca Roberth Rodrigues, Superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da Secretaria de Estado de Agricultura Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, SEAPA, durante a segunda parada do PRS - Cerrado em Minas Gerais, desta vez, na Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária.
Por lá, as novas possibilidades de ações foram novamente debatidas e apoiadas. Para Carlos Roberto de Castro, Auditor Federal Agropecuário da SFA-MG, “diante da importância dessa pauta sustentável, nós precisamos sensibilizar a sociedade como um todo, principalmente os técnicos envolvidos nesse processo. Para isso, alguns cursos ou eventos realizados aqui no estado podem ser boas ferramentas. Foi uma reunião muito produtiva e espero que essa seja a primeira de muitas outras para que possamos, juntos, trabalhar nessa direção da mitigação dos gases de efeito estufa”.
O terceiro e último encontro focou na prospecção de uma valiosa participação do Instituto Estadual de Florestas (IEF) nas novas ações do Projeto, principalmente dentro do tema de regularização ambiental. A parceria traria a capacitação como uma ferramenta mais estratégica para o estado de Minas Gerais, incluindo a realização de cursos presenciais para técnicos(as) e o seminário já debatido com a EMATER.
Segundo a Coordenadora de Campo do PRS - Cerrado, Marília Ramos, a parceria seria benéfica para os dois lados. “O PRS busca em sua essência trazer mudanças transformadoras para os territórios onde atua e ganhar força e permanência, mesmo no pós projeto, quando ancorado em políticas públicas complementares, como as desenvolvidas pelo IEF”, ressalta.
Nos próximos dias, o PRS - Cerrado seguirá em busca de novas parcerias nas áreas de atuação do Projeto.
Florestas impulsionam segurança alimentar e a sustentabilidade no Cerrado
Fonte de alimentos, medicamentos e matérias-primas – as florestas estão presentes no nosso cotidiano mesmo que de forma indireta. Responsáveis por abrigar uma grande biodiversidade, elas possuem importância na manutenção do equilíbrio ambiental global, afetando diretamente na regulação do clima. Neste 21 de março, data proclamada na Assembleia Geral das Nações Unidas como o Dia Mundial das Florestas, é fundamental relembrar da grandeza desses ecossistemas ricos e diversos, compostos por árvores, plantas, animais, sementes, e tantos outros elementos.
Florestas e alimentos
As florestas desempenham um papel fundamental na produção de alimentos, pois fornecem solos ricos em nutrientes, regulam o ciclo da água e do carbono e abrigam uma grande biodiversidade essencial para a polinização e o controle de pragas naturais. Além disso, muitas comunidades dependem diretamente dos recursos florestais para a colheita de frutos, sementes, castanhas e outros produtos que garantem a segurança alimentar e geram renda.
A cada ano, um tema é escolhido para ser debatido no Dia Mundial das Florestas. Em 2025, as discussões giram em torno das Florestas e alimentos, principalmente no papel crucial das florestas na segurança alimentar das famílias brasileiras.
No Cerrado, 60% da produção agrícola do Brasil e 22% das exportações globais de soja têm origem do bioma, segundo o relatório Cerrado: Produção e Proteção, desenvolvido pela iniciativa Tropical Forest Alliance, do Fórum Econômico Mundial. Diariamente, produtores e produtoras rurais conseguem o seu sustento no campo e, diante do crescente debate sobre sustentabilidade, buscam equilíbrio entre produção e conservação ambiental.
Sandra Aparecida Alves, diretora e representante da AGROBIO, uma das Organizações Socioprodutivas (OSPs) parceiras do Projeto Rural Sustentável - Cerrado em Catalão (GO), destaca a importância de um dos elementos presentes nas florestas – as sementes – para fortalecer a produção de alimentos saudáveis, livres de agrotóxicos e em transição agroecológica. "Não é possível produzir comida limpa e de qualidade sem acesso a sementes não transgênicas. Elas se adaptam à realidade do produtor, fortalecendo a produção e garantindo que cheguem ao consumidor final, melhorando a renda e a qualidade de vida no campo", explica.
Florestas e tecnologias
A importância das florestas também se reflete no uso de tecnologias sustentáveis, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Segundo Eduardo Assad, doutor em Manejo e Ciências da Água e pesquisador da FGV e UNICAMP, essa tecnologia aumenta a produtividade e traz benefícios econômicos, sociais e ambientais. Essa estratégia de produção utiliza diferentes atividades agrícolas, pecuárias e florestais na mesma área, buscando sinergia entre seus componentes e contemplando a adequação ambiental e a viabilidade econômica.
"Quando esses sistemas são integrados, a terra é utilizada em 100% do tempo, evitando a degradação do solo e reduzindo a emissão de gases de efeito estufa. Com a introdução de árvores, os benefícios aumentam ainda mais, pois o solo vivo captura carbono da atmosfera", explica Assad em entrevista para o Programa Conservar e Produzir: Cerrado.
De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações Florestais (SNIF), o Brasil conta com aproximadamente 485 milhões de hectares de florestas naturais e quase 10 milhões de hectares de florestas plantadas. A relação entre atividades florestais e comunidades rurais é forte: de um lado, as florestas naturais abrigam populações tradicionais; de outro, o manejo de reservas e o plantio de árvores representam alternativas econômicas para pequenos(as) e médios(as) produtores(as).
No âmbito do Projeto Rural Sustentável - Cerrado, o aumento da renda desses(as) produtores(as) é um dos principais objetivos, juntamente com a redução da emissão de gases de efeito estufa. Para isso, o projeto incentiva a adoção de tecnologias produtivas de baixa emissão de carbono, como os sistemas ILPF, os Sistemas Agroflorestais (SAFs) e a Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD).
Dessa forma, as florestas continuam a desempenhar um papel fundamental na segurança alimentar, na conservação ambiental e na promoção de uma economia rural mais sustentável.










Atuação de mulheres transforma sustentabilidade no campo
As mulheres agroextrativistas e produtoras agrícolas e pecuárias exercem um trabalho crucial para a segurança alimentar, nutricional e financeira no campo brasileiro. Apesar dessa grande importância no setor produtivo nacional, os últimos dados do Censo Agropecuário (2017) apresentam uma realidade pouco representativa — e nada inclusiva — do número de estabelecimentos comandados por mulheres no Brasil. Dos 5,07 milhões de propriedades rurais, apenas 946.075 (19%) são chefiados por figuras femininas.
Esse cenário, entretanto, não intimida as produtoras beneficiárias do Programa Rural Sustentável (2012-presente). Elas reconhecem o desafio e o enfrentam frente a frente, em busca de ocupar novos espaços no meio rural, transformando-o, assim, em um espaço mais inclusivo e sustentável. Atualmente, são mais de 1.500 beneficiárias no Projeto Rural Sustentável - Cerrado e no Projeto Rural Sustentável - Amazônia, incluindo agricultoras, produtoras e agroextrativistas ligadas às organizações socioprodutivas. Todas fazem parte, juntas, desta jornada pelo desenvolvimento sustentável no campo e por maior qualidade de vida.
No ponto de vista de Melissa Curi, coordenadora de Capacitação do Projeto Rural Sustentável - Amazônia e Cerrado, a sustentabilidade também trabalha diretamente com a busca pela equidade e pela garantia dos direitos das mulheres. “Um dos pilares muito fortes da sustentabilidade é a diversidade. Ter um ambiente diverso e plural, onde diferentes opiniões sejam validadas, escutadas e consideradas, isso é promoção de um desenvolvimento sustentável”, explica. E isso envolve a criação de espaços seguros e atentos para que as mulheres — e suas diversidades — “possam trazer suas perspectivas a respeito de determinados assuntos”, complementa.
A coordenadora contextualiza que essas perspectivas sempre serão múltiplas e diferentes pelas experiências que cada um tem, sejam homens ou mulheres. E podemos, também, ampliar essa discussão ao pensar gêneros, questões raciais e sociais. “Isso é falar de sustentabilidade e de uma sociedade mais justa. É falar de equidade, de liberdade”, destaca. E é falar, também, da construção de um presente e futuro sustentável, saudável, com dignidade e justiça social, ambiental e climática.
Em homenagem a este Dia Internacional da Mulher (8), te convidamos a conhecer Maria Sebastiana Martins, Marilene Fecchi — produtoras no Cerrado —, Marta Suely e Silvia Maia — agroextrativistas na Amazônia. São quatro histórias sobre a vida no campo e na floresta, de liderança e resistência, de momentos de superação e conquistas, objetivos alcançados e novos sonhos a serem realizados.
Projeto Rural Sustentável - Cerrado (2019-presente)
Por trás da história no campo, existe uma mulher que foi responsável por impulsionar diálogos e fortalecer caminhos, seja no cuidado com a família, na condução da propriedade ou na busca de conhecimentos inovadores. A mulher no campo, ao se engajar em iniciativas de sustentabilidade, se torna uma agente de mudança e uma fonte de inspiração para a comunidade.
O PRS - Cerrado tem o compromisso de apoiar o trabalho destas mulheres que, diariamente, transformam o meio rural. Determinadas e sempre dispostas a aprender novos métodos e tecnologias, a participação ativa de mulheres na produção rural tem sido crucial para a construção de um modelo de desenvolvimento mais sustentável e inclusivo no Cerrado. Venha conhecer um pouco da história de duas delas!
Maria Sebastiana: cultivar como uma forma de liberdade
Maria Sebastiana Martins Sobral tem 58 anos e mora próximo a Cristalina (GO), no assentamento Manacá. Ela vive na roça desde que nasceu e, depois de anos trabalhando no garimpo, resolveu se tornar uma produtora rural. Hoje, Dona Maria Sebastiana trabalha com hortaliças, fazendo a venda na feira e entrega de merenda escolar no Instituto Rede Terra, além de cuidar da produção de leite e da lavoura em sua propriedade.
A partir de sua atuação no campo, Maria Sebastiana conseguiu realizar diversos sonhos. “Quando resolvi ser produtora, eu tinha um sonho. E era um sonho que, às vezes, eu pensava que era difícil, só que Deus realizou esse sonho na minha vida. Era ter uma terra”, compartilha.
Depois da conquista da sua terra em 2010, onde ela passou a conseguir o sustento da família, Dona Maria Sebastiana também conquistou um gado, um trator, e o mais recente: uma carretinha para fazer a comida do gado.
Maria, como ser mulher influencia na sua profissão como produtora? Você sente que a produção no campo apoia sua segurança financeira e te promove autonomia?
No campo, às vezes a gente passa por muita luta, mas com segurança e bondade a gente consegue resolver. Se a gente trabalha no campo pra gente mesmo, ser autônoma, é uma coisa muito boa. A mulher, ela tem que ser uma pessoa disposta para poder resolver os problemas do campo.
E como a sua relação com o meio ambiente influencia na sua forma de produzir sustentavelmente?
Para trabalhar no campo a gente tem que respeitar as leis. As leis que a gente respeita é não matar os bichos, trabalhar com honestidade, respeitar a reserva… A gente tem a produção dentro da área coberta, que é estufa, tem também uma produção fora, mas a gente sempre está se corrigindo para não ultrapassar fora do limite com o meio ambiente. E é muito bom trabalhar no campo. Eu como mulher, eu me dedico ao meu trabalho e sou muito feliz com ele e com a minha família, meu esposo, plantando, colhendo e vendendo.
Na sua visão, qual a importância das mulheres ocuparem esse espaço produtivo no campo?
A minha visão sobre a mulher é que, antigamente, ela não tinha espaço, os espaços eram dos maridos. Hoje a mulher é independente. Ela tem liberdade, ela pode produzir. Hoje, a maior parte das mulheres que moram no campo, são elas quem tratam do gado, elas são quem tiram o leite, elas são quem fazem os queijos. A mulher não tem mais de ficar só cuidando da casa. Eu gosto dessa liberdade no campo.
Como o Projeto Rural Sustentável - Cerrado vem impactando sua vida?
O Projeto Rural Sustentável é uma coisa que me fez muito bem. Eu aprendi a trabalhar, aprendi a conviver com os demais companheiros [de profissão]. Com o projeto, também recebi assistência técnica, que me ensinou muito. A equipe sempre me orienta e ajuda, então eu torço para que esse projeto vá mais para frente, porque ele é muito bom mesmo. A gente precisa aprender mais com ele.








Marilene Facchi: sonhos alcançados com o trabalho rural
“Eu comecei a trabalhar no orgânico por opção, porque é um produto mais saudável e atende melhor o consumidor — um produto melhor para a mesa do consumidor”, conta Marilene Ferronato Facchi, de 65 anos. Moradora do Assentamento Três Barras, em Cristalina (GO), Marilene é produtora de hortaliças orgânicas e vende sua produção no município, na feira das Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (CEASA), e pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) local, em parceria com a Cooperativa Rede Terra.
Ao longo de sua história, o campo a ajudou a alcançar muitos objetivos. “Construí minha casa, comprei meu caminhão de trabalho e a minha irrigação, que já está bem grande, e minha horta continua aumentando. Já concluí muitos sonhos e pretendo concluir mais ainda!”, compartilha.
Produtora há 34 anos, Marilene foi criada na zona rural. Atualmente, toda sua família trabalha com produtos orgânicos.
Marilene, como ser mulher influencia na sua profissão como produtora? Você sente que a produção no campo apoia sua segurança financeira e te promove autonomia?
A mulher hoje se destaca no campo. Hoje, a mulher luta [e trabalha] muito mais na horticultura do que o homem. Mas o trabalho da mulher no campo ainda não é reconhecido como deveria ser. Ainda se destaca muito a figura masculina. E isso a gente está querendo mudar!
E como a sua relação com o meio ambiente influencia na sua forma de produzir sustentavelmente?
Aqui, a gente respeita o meio ambiente. A gente tem o terreno todo aceirado, plantamos com o Sistema Agroecológico, que volta ao meio ambiente. Temos as [abelhas] mamangavas que fazem a polinização do maracujá, não tem mais a necessidade de fazer manual, e as aves fazem ninho na porta da casa. Temos muitas aves, muita variedade.
Na sua visão, qual a importância das mulheres ocuparem os espaços produtivos?
Eu acho importante porque, para mim, como mulher, eu acho o trabalho de campo melhor do que o trabalho de dentro de casa. Como antigamente, as mulheres eram do lar, não é? Hoje prefiro trabalhar no campo ao invés de trabalhar dentro da minha casa. Eu acho que é muito importante a mulher desenvolver o trabalho de campo.
Como o Projeto vem impactando sua vida?
O Projeto, a princípio, me ajudou no custo da casa, porque me deu uma motivação para eu terminar minha cozinha. E ele me ajudou no geral. Eu tive muito conhecimento, muito apoio. Em um Dia de Campo, eu trouxe muitas pessoas aqui também, teve muita troca de conhecimento, experiências e ideias com as pessoas. E está sendo muito bom. Eu queria só que continuasse, que tivesse mais investimento para nós.








Projeto Rural Sustentável - Amazônia (2022-presente)
Mulher é resistência, é coragem, é força da natureza na Amazônia. Juntas, elas são e estão presentes em diferentes espaços do bioma para fortalecer a diversidade de ideias e abrir novos caminhos para o protagonismo feminino – seja na universidade, no campo, em papéis de liderança ou onde mais desejarem estar –, rumo a construção de um futuro mais inclusivo e que seja sustentável para todos e todas.
Um dos compromissos do Projeto Rural Sustentável - Amazônia (PRS - Amazônia) é justamente fortalecer a mulher amazônica por meio de suas frentes de atuação. No Projeto, elas estão presentes no Mestrado Profissional, no campo, na liderança de Organizações Socioprodutivas (OSPs) e na equipe do Projeto, formando essa grande rede em prol da sustentabilidade. Vem conhecer duas dessas histórias!
Marta Suely: aprendizados e sonhos que empoderam mulheres
Esta também é uma história de encanto, sonhos e construção de rede para fortalecer mulheres. Marta Suely, de 48 anos, mora no município de Brasil Novo (PA) e é coordenadora do setor de formação da Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP), uma das OSPs parceiras do Projeto. Junto ao seu esposo, fundou a Cooperativa de Orgânicos do Xingu, atuando na produção do cacau orgânico, mas sua história com esse fruto começou quando adolescente, uma forma de complementar a renda da família. O amor pela terra cresceu, frutificou e, hoje, ela apoia a autonomia de outras mulheres do campo.
Marta é uma das estudantes do Mestrado Profissional, parte do Programa de Capacitação do PRS - Amazônia. “Participar do mestrado é a realização de um sonho”, inicia. “Isso é uma coisa que todas as pessoas que convivem comigo sabem. Para os mais próximos de mim, eu dizia: ‘Olha, eu quero fazer um mestrado, mas precisa ser na área que eu gosto!’”, conta a extrativista.
Marta, há quanto tempo você trabalha na produção do cacau?
A minha história com o cacau começou quando eu tinha aproximadamente doze, treze anos, quando a minha família decidiu plantar cacau para poder cultivar aqui na chácara, onde a minha mãe vive até os dias atuais [...]. O meu foco principal é produzir cacau para que eu possa ter uma amêndoa saudável, orgânica, livre de veneno e, a partir daí, beneficiar e produzir nibs para o mercado. Hoje, o meu foco principal na formação da qualificação profissional é criar possibilidades de autonomia para atuar nas atividades do campo.
Na sua visão, qual a importância das mulheres produtoras ocuparem espaços na universidade, especialmente no mestrado?
Ocupar um espaço na academia sendo produtora rural é um desafio. Poder participar do mestrado hoje — principalmente dentro das linhas de atuação com o cacau —, para mim é muito importante, porque isso cria possibilidades de profissionalizar a atividade da lavoura cacaueira sob o olhar feminino. Então, é muito importante porque eu, por exemplo, ao longo da minha vida, não busquei a universidade. A formação, a qualificação profissional, foi única e exclusivamente com foco em um emprego.
Como o PRS - Amazônia vem impactando sua vida? Qual a importância do Mestrado Profissional para você?
Quando eu soube que o Mestrado Profissional viria atender o público da Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP) e que eu poderia, como parte desse público, participar de um processo seletivo e fazer minha qualificação profissional, isso transformou minha vida. Eu estou conhecendo lugares diferentes, tendo experiências fantásticas. Visitamos lugares em Rondônia, para conhecer a cadeia de peixes redondos, e no Pará — em Belém, onde visitamos a Ilha do Combu. Então, isso transforma a vida da gente, cria uma nova possibilidade de visão do mundo, agrega na formação pessoal e, principalmente, na minha qualidade de vida. Eu só tenho que agradecer pela oportunidade de estar perto de todas essas pessoas, desses professores e das possibilidades que têm sido apresentadas para que a gente possa fazer as melhores escolhas daqui para frente.




Silvia Maia: quando mulheres assumem papéis de liderança
Uma das lideranças comunitárias no município paraense de Beja (PA), Silvia Maia é fundadora e presidente da Associação Multissetorial dos Empreendedores de Beja (AMSETEB) — OSP parceira do Projeto. Por conhecer de perto a comunidade da qual faz parte, Silvia percebeu a necessidade de buscar novas formas de fortalecer as atividades produtivas no território, a fim de aumentar a renda e a qualidade de vida local.
“O açaí é uma das culturas que mais demanda em nossa região. Os agricultores e os ribeirinhos, principalmente, são quem detém esta cultura como extrativismo, e necessitam de apoio, de melhorias para desenvolverem-se como atividade produtiva e rentável”, contextualiza. A liderança conta que é uma jornada desafiadora, mas os resultados têm reverberado positivamente em diversos cantos do município, especialmente após a parceria com o PRS - Amazônia.
Como é o seu trabalho na Associação Multissetorial dos Empreendedores de Beja (AMSETEB)?
Como fundadora e presidente na AMSETEB, tenho uma rotina agitada, mas que, no fim, vale a pena. Eu participo de reuniões, junto a órgãos [e instituições]; busco parcerias; direciono emissão de documentos pertinentes para os associados, como o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e atualização dos próprios documentos pessoais dos associados. Incentivo o empreendedorismo rural, assim como formações profissionais para os jovens e a inclusão no meio digital — direcionado às pessoas da melhor idade [mais velhas], para que aprendam e se desenvolvam com as ferramentas digitais, e, ao mesmo tempo, saibam como evitar problemas com fraudes (golpes). Incentivo grupos culturais e de artesanato da região e envolvo-me também — e em parcerias com uma rede de outros líderes comunitários —, em lutas sobre questões relacionadas a crimes ambientais.
Como é a sua história de trabalho com a cadeia do açaí?
O açaí é uma das culturas que mais demanda em nossa região. Os agricultores e os ribeirinhos, principalmente, são quem detém esta cultura como extrativismo, e necessitam de apoio, de melhorias para desenvolverem-se como atividade produtiva e rentável. Enquanto líder da comunidade, em visitas nas propriedades, percebi a carência de apoio, o quanto necessitam melhorar para buscar o seu próprio desenvolvimento. Tenho muito o costume de visitá-los e, com isso, percebo que as pessoas são sedentas por informação, as quais nem sempre tenho capacidade de oferecer — e o PRS — Amazônia vem suprir nesta parte.
Na sua opinião, qual a importância da mulher no campo? Como isso contribui para um futuro mais sustentável?
A mulher possui visão, visão de futuro. E, também, uma coisa chamada sexto sentido — diria que intuição — de quando as coisas podem dar certo. As mulheres são certeiras quando olham para o horizonte e conseguem ver o que pode dar certo, refiro-me também a um olhar para sua propriedade. As mulheres são mais atenciosas e atentas. E, quando se trata de futuro e boas práticas para contribuir para o melhor, como a sustentabilidade, elas são mais disciplinadas e propensas a aderir a algo que as beneficie e valorize seus territórios, suas ações e seu desenvolvimento.
Como tem sido essa parceria com o Projeto Rural Sustentável - Amazônia?
O PRS - Amazônia tem proporcionado uma visão de crescimento, desenvolvimento organizacional e o compromisso enquanto entidade. Tem trazido, de certa forma, um norte para um passo mais adiante, mais evoluído, enquanto instituição. Acredito que tem ampliado a visão dos associados participantes sobre o que significa estar inserido em uma instituição associativista, no intuito de permanecer unido e participativo, para, assim, saber conhecer e saber falar sobre a instituição a qual estão envolvidos. Acredito que as expectativas foram mudando no decorrer da realização do projeto e que os associados esperam, sim, que coisas boas e melhorias aconteçam em seu desenvolvimento, pois têm acreditado, têm se envolvido. Até os que não participam tanto, mas sabem, confiam, que vai dar certo, no sentido de: “estou aqui porque vem coisa boa pra nós”.
Gostou desta matéria? Venha conhecer mais sobre os Projetos inseridos no Programa Rural Sustentável!
- Retrospectiva 2024: Programa consolida atuação por um campo mais sustentável
- Recuperação de áreas degradadas é uma das preocupações do Programa Rural Sustentável
- Programa Rural Sustentável promove recuperação de áreas degradadas em biomas brasileiros
O que vem por aí no PRS - Cerrado?
Após um 2024 repleto de ações importantes rumo a uma agropecuária mais sustentável no Cerrado, começamos o ano de 2025 com novos planos desenhados especialmente dentro do nosso objetivo principal – mitigar as emissões de gases de efeito estufa (GEE). Entre as principais atividades que permeiam a atuação do Projeto Rural Sustentável - Cerrado e nos ajudam a alcançar objetivos sustentáveis, estão a disseminação de conhecimentos por cursos de capacitação e a adoção de tecnologias produtivas de baixa emissão de carbono. Por meio dessas ações, é possível aumentar a produtividade agrícola sem que haja impacto ambiental, além de também aumentar a renda de pequenos e médios produtores(as) rurais.
E mais um ano continuamos juntos(as) nesse compromisso! Confira alguns dos próximos passos do Projeto para 2025:
- 4ª Rodada de ATER Coletiva
Em 2025, teremos mais uma rodada das ATERs Coletivas, um momento de intercâmbio de experiências entre as instituições de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e os(as) beneficiários(as) do PRS - Cerrado. Os eventos, geralmente em formato de Dia de Campo, fazem parte da trilha de UM do Projeto, com atividades distribuídas pelos estados de atuação Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Veja como foi a última rodada das ATERs Coletivas e os importantes temas abordados por ela.
- Defesas das dissertações da 2ª e 3ª Edição do Mestrado Profissional
Os mestrandos da 2ª e 3ª Edição do Mestrado Profissional do Projeto Rural Sustentável - Cerrado, realizado em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), começarão a defesa de suas teses em 2025. Mais de 40 estudantes dos quatro estados de atuação do Projeto passaram pelas últimas duas edições, as quais foram compostas por atividades remotas e presenciais. O Mestrado é um curso de pós-graduação stricto sensu oferecido por meio de dois programas da UFLA: o Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia da Produção Animal – PPGCTPA e o Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Sustentável e Extensão – PPGDE.
Relembre a última semana presencial da 3ª edição do Mestrado Profissional.
- Oficinas das Famílias
As atividades, que irão encerrar a Trilha de Fortalecimento de Organizações Socioprodutivas (OSPs) e Formação de Lideranças, serão voltadas para as famílias de produtoras e produtores rurais do Projeto Rural Sustentável - Cerrado. A ocasião também será uma oportunidade para trabalharmos com as temáticas de Gênero e Juventude no campo.
Organizações Socioprodutivas participam de Oficinas de Formação de Lideranças
- Trilha EaD
Após o sucesso dos polos presenciais realizados em 2024 para produtores e produtoras rurais, e pensando na aproximação da Educação a Distância com o público do Projeto, daremos início à novas trilhas de capacitação do EaD. Desta vez, as atividades irão focar em polos presenciais para Gestores Públicos e ATECS.
EaD Introdutório: Polos Presenciais reuniram mais de 280 produtores(as) rurais.
- Seminários Temáticos
Além do Seminário EaD, outros eventos estão sendo planejados de acordo com cada frente de atuação do PRS - Cerrado. O objetivo é aproximar e fortalecer, cada vez mais, o vínculo dos beneficiários(as) e parceiros com o Projeto, ao mesmo tempo em que novas experiências e conhecimentos são compartilhados e adquiridos.
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Trilha de Fortalecimento, uma nova edição do Mestrado Profissional, finalização das Ações de Popularização e de Pesquisa, início das entregas dos Benefícios Coletivos… foram muitas as conquistas do Projeto Rural Sustentável - Cerrado em 2024. Entre todas as ações realizadas ao longo do ano, esteve sempre o compromisso de aproximar a agropecuária mais sustentável e de baixa emissão de carbono dos nossos(as) beneficiários(as). Diariamente, produtores e produtoras rurais, representantes de organizações socioprodutivas, estudantes, técnicos(as) e instituições de ATER, e pesquisadores(as), nos ajudaram a caminhar em busca do nosso principal objetivo: um rural mais verde e sustentável!
Sensibilização dentro e fora da sala de aula
Muitas foram as ações do Programa de Capacitação do PRS - Cerrado neste ano, algumas dentro da sala de aula e outras que foram levadas ao campo. Começamos o ano com o início da Trilha de Fortalecimento de Organizações Socioprodutivas (OSPs) e Formação de Lideranças, marcada por uma live com o Secretário-Adjunto da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI) do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Pedro Alves Corrêa Neto, para falar sobre “A importância do cooperativismo e associativismo no meio rural”.
Ainda dentro da Trilha, as Organizações Socioprodutivas (OSPs) beneficiárias do Projeto participaram de Oficinas de Formação de Lideranças. Por meio dessas atividades, buscamos fortalecer as cooperativas, associações e sindicatos rurais a partir do desenvolvimento pessoal, boas práticas de liderança, sucessão no campo e outros temas correlatos.
No Mestrado Profissional, tivemos a abertura da 3ª Edição através de uma Aula Magna com a Secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Renata Bueno Miranda, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que trouxe reflexões sobre o tema “Inovações e sustentabilidade na produção rural do Cerrado”. As aulas presenciais da 3ª Edição do Mestrado também aconteceram neste ano, tendo início em maio, na Universidade Federal de Lavras (UFLA) – a nossa parceira nesta ação.
Nas escolas públicas urbanas e rurais dos quatro estados de atuação do PRS - Cerrado, reunimos estudantes do Ensino Fundamental e Médio para serem premiados por suas participações na Jornada de Aprendizagem das Ações da Popularização da Produção Rural Sustentável e do Jogo Coopera Cerrado do ano de 2023. Todos os estudantes de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais participaram da premiação em seus estados, e as escolas que alcançaram a categoria Super Sustentável vieram até Brasília (DF) para mais um momento de conquistas. E por falar nisso, este foi o ano em que finalizamos as Ações de Popularização da Produção Rural Sustentável – foram duas edições com mais de 3 mil estudantes envolvidos e sensibilizados em torno da sustentabilidade.
Para finalizarmos o ano com a educação em foco, polos presenciais do EaD Introdutório – realizado em parceria com o Canal Futura – foram levados ao campo durante os meses de novembro e dezembro, com o objetivo de tornar o conteúdo dos cursos de Educação a Distância mais acessível aos produtores(as) rurais e democratizar o conhecimento.












Lado a lado com as OSPs
Além das Oficinas de Fortalecimento e Formação de Lideranças, realizadas pelo Programa de Capacitação junto às OSPs, realizamos algumas Oficinas de Integração com as organizações beneficiárias do Projeto. Os objetivos foram: aproximação, mobilização e integração, principalmente em torno do processo de aquisições e entrega dos Benefícios Coletivos. As oficinas foram um importante passo que viabilizaram, enfim, o início da entrega destes benefícios, considerados investimentos que ajudam a fortalecer tanto as cadeias de valor da agricultura e pecuária de baixa emissão de carbono, quanto o papel das OSPs na produção e comercialização, gerando renda e fortalecendo as associações, sindicatos e cooperativas rurais.
Outras importantes ações, realizadas diretamente no campo, foram as duas rodadas das ATERs Coletivas realizadas ao longo de 2024. Compostas por Dias de Campo que trouxeram temas relevantes dentro da agropecuária sustentável, as rodadas fizeram parte da trilha de UM do Projeto, promovendo momentos de intercâmbio de experiências entre as instituições de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e os(as) beneficiários(as) do PRS - Cerrado.








Pesquisas e inovações no Cerrado
Com o objetivo de apresentar as pesquisas que estão impulsionando avanços e inovações para uma produção mais sustentável no campo, o Projeto realizou diversos Seminários em torno destes trabalhos. Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais receberam os eventos que contemplaram gestores públicos, pesquisadores(as), estudantes, produtores(as) rurais, Organizações Socioprodutivas parceiras, além de representantes do Ministério de Agricultura e Pecuária (MAPA), e a equipe do Projeto.
Por fim, o Seminário Final das Pesquisas e Apresentação da Produção Técnica e Acadêmica da 1ª Edição do Mestrado Profissional reuniu mais de 120 pessoas em Brasília (DF) para debater a importância das ações de pesquisa e capacitação para a transformação sustentável da agropecuária brasileira. Além da apresentação das pesquisas apoiadas financeiramente pelo Projeto, o evento também trouxe as dissertações dos participantes da 1ª Edição do Mestrado Profissional.
Para simbolizar a finalização das ações de pesquisa do Projeto, foi lançado o livro “Inovações Rurais no Cerrado: Pesquisas para a prática sustentável”. A publicação registra todos os principais resultados científicos alcançados por esse investimento ao longo de aproximadamente dois anos. A leitura é online e gratuita para todos(as).








Esperamos que 2025 continue nos trazendo muitas inovações e aprendizados para que possamos construir, juntos(as), um rural mais sustentável!
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EaD Introdutório: Polos Presenciais reuniram mais de 280 produtores(as) rurais
Tornar o conteúdo dos cursos de Educação a Distância mais acessível aos produtores(as) rurais e democratizar o conhecimento – esse foi o objetivo dos Polos Presenciais de EaD Introdutório para Produtores(as) Rurais, promovidos pelo Projeto Rural Sustentável - Cerrado. As atividades, que aconteceram entre os dias 9 de novembro e 5 de dezembro, reuniram mais de 280 participantes, nas treze microrregiões dos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Seu Rosalvo Motta é presidente da Associação do Assentamento Esperança em Anaurilândia (MS) e foi um desses alunos, tendo participado do polo no município de Nova Andradina. Com novos conhecimentos em torno das mudanças climáticas e novas experiências para serem aplicados no seu dia a dia no campo, ele compartilha: “eu estou extremamente satisfeito por ter participado do curso, pois falamos de baixa emissão de carbono e essa é uma das coisas mais essenciais no nosso país atualmente. Esse curso foi uma das melhores ações que já participamos no Projeto Rural Sustentável - Cerrado.”
A propagação do conhecimento, inclusive, não ficou só para os(as) produtores(as) rurais. A jovem estudante Maria Luísa, de 11 anos, acompanhou os pais durante o curso em Nova Andradina e saiu de lá com muitas lições. “Aprendi muitas coisas aqui que eu ainda não tinha visto na escola, principalmente sobre o efeito estufa. Sem dúvidas foi um aprendizado muito grande pra mim”, compartilha a jovem.
Pensados para assegurar um aprendizado mútuo, os polos presenciais trouxeram uma metodologia adaptada à realidade de cada grupo de produtores(as). Os momentos foram compostos pela apresentação das videoaulas e rodas de conversa, que possibilitaram um conhecimento mais acessível e o compartilhamento das experiências entre os(as) participantes.
Educação e sustentabilidade, uma parceria PRS – Cerrado com Canal Futura
O curso de EaD do PRS – Cerrado em Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Rural Sustentável no Cerrado é realizado em parceria com o Canal Futura da Fundação Roberto Marinho. Com a carga horária de 20 horas, que pode ser distribuída ao longo de 30 dias, o curso traz três módulos e um total de nove aulas, compostas por: apostilas, videoaulas, pílulas do conhecimento, exercícios de avaliação, além do material complementar de apoio.
Além dos produtores(as) rurais beneficiários(as) do PRS – Cerrado, o EaD Introdutório é aberto para todos os públicos de forma online e gratuita. O curso é feito via Moodle, plataforma de aprendizagem virtual. Para se inscrever, basta entrar no site do Programa de Capacitação, clicar na aba “login” que aparece na parte superior direita da tela, e preencher as informações do cadastro.
Deseja aprender mais sobre as Mudanças Climáticas e o Desenvolvimento Rural Sustentável no Cerrado? Acesse o site e faça a sua inscrição agora mesmo!
3ª Edição do Mestrado Profissional realiza aulas presenciais em Mato Grosso
Entre os dias 02 a 06 de dezembro, os(as) 21 estudantes da 3ª Edição do Mestrado Profissional desembarcaram em Rondonópolis (MT) para a quarta e última semana de aulas presenciais. O Mestrado é uma ação promovida pelo Projeto Rural Sustentável - Cerrado em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA) com o objetivo de capacitar, qualificar e aperfeiçoar profissionais em práticas produtivas sustentáveis, gestão da propriedade e em tecnologias e inovação para o campo.
A turma, composta por estudantes dos quatro estados de atuação do Projeto – Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – foi acompanhada pela Gerente do Mestrado do PRS – Cerrado, Raquel Caribé. O professor Thiago Assis, do Programa de pós-graduação em Desenvolvimento Sustentável e Extensão da UFLA (PPGDE/UFLA) esteve presente para ministrar a disciplina oferecida nesta semana.
Além das aulas teóricas, os estudantes também tiveram a oportunidade de visitar uma cooperativa de produtores e produtoras rurais que atuam com agricultura familiar. As mulheres da cooperativa, além de atuarem com a produção rural, possuem uma associação para produção de biojóias a partir do látex da seringueira. A visita aconteceu em um Dia de Campo na Cooperativa de Seringueiros de Ouro Branco (Coopsob), onde foram recebidos com as palestras do Sr. Rubens Ribeiro, presidente da cooperativa, e da Srta. Cristiane Silva Reis, cooperada e presidente da Associação Flores da Seringueira. Ambos palestrantes têm suas propriedades como Unidades Demonstrativas (UDs) do projeto, com sistemas de integração.
“Nesse dia pudemos conhecer como foi a trajetória destas mulheres em sua organização e na confecção de seus produtos, bem como conhecer a história da cooperativa, seus desafios e sua trajetória. A visita de campo complementou de forma prática as aulas teóricas, que aconteceram na Universidade Federal de Rondonópolis, enriquecendo as discussões sobre o cenário da produção rural frente aos desafios das mudanças climáticas e da sustentabilidade, e sobre o protagonismo das mulheres do campo. Com esta semana, concluímos os quatro encontros presenciais desta edição do Mestrado”, destaca a Gerente do Mestrado Profissional do PRS - Cerrado, Raquel Caribé.










Um ano de aprendizados
Atualmente em sua 3ª edição, o Mestrado Profissional em Mudanças Climáticas e Agropecuária de Baixa Emissão de Carbono do PRS – Cerrado promoveu, ao longo de 2024, quatro semanas presenciais que buscaram aplicar na prática o conteúdo do Mestrado, além de promover a integração e troca de conhecimento. As semanas aconteceram nos quatro estados de atuação do Projeto – Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso.
Entre as temáticas ensinadas no Mestrado estão a mitigação da emissão de gases de efeito estufa (GEE), práticas integradas e sustentáveis de produção, sistemas de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD), entre outras.