Polos presenciais do EaD Introdutório levam educação e sustentabilidade ao campo

No dia 9 de novembro, no município de Uberlândia (MG), o Programa de Capacitação do Projeto Rural Sustentável - Cerrado deu início a mais uma ação: os Polos Presenciais de EaD Introdutório para Produtores(as) Rurais. A proposta é tornar o conteúdo dos cursos de Educação a Distância mais acessível aos produtores(as) rurais e democratizar o conhecimento. As atividades acontecerão nas 13 microrregiões dos quatro estados atendidos pelo Projeto – Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais – durante os meses de novembro e dezembro.

Os polos presenciais trazem uma metodologia adaptada à realidade de cada grupo e, com isso, asseguramos um aprendizado mútuo. As videoaulas norteiam a roda de conversa e juntos e juntas seguimos um caminho mais inclusivo e sustentável”, destaca a Gerente do EaD do PRS - Cerrado, Sandra Roberta.

 

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Educação e sustentabilidade, uma parceria PRS - Cerrado com Canal Futura

O curso de EaD do PRS - Cerrado em Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Rural Sustentável no Cerrado é realizado em parceria com o Canal Futura da Fundação Roberto Marinho. Com a carga horária de 20 horas, que pode ser distribuída ao longo de 30 dias, o curso traz três módulos e um total de nove aulas, compostas por: apostilas, videoaulas, pílulas do conhecimento, exercícios de avaliação, além do material complementar de apoio.

Além dos produtores(as) rurais beneficiários(as) do PRS - Cerrado, o EaD Introdutório é aberto para todos os públicos de forma online e gratuita. O curso é feito via Moodle, plataforma de aprendizagem virtual. Para se inscrever, basta entrar no site do Programa de Capacitação, clicar na aba “login” que aparece na parte superior direita da tela, e preencher as informações do cadastro.

Deseja aprender mais sobre as Mudanças Climáticas e o Desenvolvimento Rural Sustentável no Cerrado? Acesse o site e faça a sua inscrição agora mesmo!


Novos ATECs são capacitados com os Cursos Presenciais do PRS - Cerrado

O Projeto Rural Sustentável - Cerrado realizou, entre os dias 06 e 08 de novembro, as atividades restantes da primeira rodada de Cursos Presenciais, iniciada em 2023. Os cursos fazem parte da Jornada de Aprendizagem para os Agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATECs) dentro do Programa de Capacitação do Projeto. Desta vez, 24 ATECs se reuniram em Campo Grande (MS) para dois dias de palestras com especialistas, estudo de caso, a partir da metodologia PBL - Aprendizagem Baseada em Problema, e um Dia de Campo no Sítio Primavesi.

A primeira rodada dos Cursos Presenciais teve início em agosto de 2023 e foi composta por oficinas em todos os estados de atuação do projeto – Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Neste ano, foi necessário realizar mais esta etapa dos Cursos Presenciais para concluir a formação dos ATECs que ainda não haviam completado a etapa anterior ao curso na Jornada de Aprendizagem.

 

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Entenda a Jornada de Aprendizagem

A Jornada de Aprendizagem do Programa de Capacitação do PRS - Cerrado é realizada no método da sala de aula invertida: ela é iniciada pela parte teórica, desenvolvida nos cursos de Ensino a Distância – EaD Introdutório e EaD Avançado, e finalizada na parte prática com os Cursos Presenciais.

Por meio dessa Jornada, os Agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATECs) são capacitados e treinados em suas capacidades analíticas e habilidades, podendo aperfeiçoar seus conhecimentos e melhor atender às especificidades do Projeto e dos(as) produtores(as) rurais.

E os Cursos Presenciais?

Os Cursos Presenciais são a última parte da Jornada de Aprendizagem, após os ATECs terem finalizado todas as etapas teóricas.

Por meio de dinâmicas de integração, estudo de caso e oficinas práticas, os Cursos Presenciais têm o objetivo de criar um espaço de troca de conhecimentos e tira-dúvidas sobre as atividades de assistência técnica e extensão rural realizadas dentro do Projeto Rural Sustentável - Cerrado. Além disso, os cursos são uma oportunidade de aprofundar conhecimentos e experiências sobre as tecnologias de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD) com a presença de especialistas e uma vivência prática em propriedades rurais que já aplicam estas tecnologias.


Goiás recebe aulas presenciais da 3ª Edição do Mestrado Profissional

Entre os dias 28 de outubro e 1º de novembro, o Projeto Rural Sustentável – Cerrado promoveu a terceira semana de aulas presenciais da 3ª Edição do Mestrado Profissional, em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA). Estiveram presentes em Catalão (GO) 21 estudantes dos quatro estados de atuação do projeto – Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A turma foi acompanhada pela Gerente do Mestrado do PRS - Cerrado, Raquel Caribé. A disciplina foi ministrada pelos Professores Márcio Ladeira e Erick Batista, da UFLA, que estiveram no encontro presencial. A equipe de Campo do Projeto, coordenada por Josyany Duarte e os monitores Rafaela e Pablo, também apoiaram toda a atividade durante a semana.

Além das aulas teóricas em Catalão, a turma foi a Ipameri e Urutaí para dois Dias de Campo, nas fazendas Santa Brígida e Morro do Peão, onde puderam conhecer algumas das temáticas trabalhadas em sala de aula na prática.

A primeira semana presencial da 3ª Edição do Mestrado Profissional aconteceu na UFLA, em Lavras (MG), durante o mês de maio. Já em agosto, foi a vez de Campo Grande (MS) receber os(as) estudantes para a segunda semana presencial.

Sobre o Mestrado Profissional

Atualmente em sua 3ª edição, o Mestrado Profissional em Mudanças Climáticas e Agropecuária de Baixa Emissão de Carbono do PRS – Cerrado é uma parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e uma das ações do Programa de Capacitação do projeto. O objetivo é capacitar, qualificar e aperfeiçoar profissionais em práticas produtivas sustentáveis, gestão da propriedade e em tecnologias e inovação para o campo.

Entre as temáticas ensinadas no Mestrado estão a mitigação da emissão de gases de efeito estufa (GEE), práticas integradas e sustentáveis de produção, sistemas de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD), entre outras.

Recentemente, os alunos da 1ª Edição, realizada em 2022, puderam apresentar as suas dissertações em um evento em Brasília (DF).

Confira: Seminário traz importância da pesquisa e capacitação para a agropecuária sustentável


Futuro Sustentável: o que dizem os especialistas sobre as mudanças climáticas?

O Brasil possui uma situação muito peculiar do ponto de vista de emissões de gases de efeito estufa, onde 52% das nossas emissões estão associadas ao desmatamento de florestas tropicais, no caso a Amazônia, e cerca de 30% das emissões associadas à produção de alimento, como é o caso do Cerrado. É o que afirma Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo em entrevista para o Projeto Rural Sustentável - Cerrado.

Essas emissões podem ser de metano com relação à pecuária, ou emissões de dióxido de carbono por um uso inadequado do solo na produtividade agrícola. A qualidade do solo e a produtividade agrícola dependem de um ambiente saudável e equilibrado, o que é possível ao manter o carbono no solo, alimentando bactérias que fixam o nitrogênio nas plantas.

Ainda segundo o professor Paulo Artaxo, “investir em larga escala em restauração florestal é um dos caminhos que o Brasil tem que seguir se quisermos ter, nas próximas décadas, a mesma produção de alimentos que temos hoje”. Essa é uma ação importante que deve estar presente na realidade brasileira e ela já é uma das ações objetivas do PRS - Cerrado, que visa mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e aumentar a renda de pequenos(as) e médios(as) produtores(as) no bioma Cerrado, promovendo a adoção de tecnologias produtivas de baixa emissão de carbono, como a Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD) e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).

https://www.youtube.com/watch?v=S62gq-tl8lM&list=PLb97GwY49gU_oyfl7Hi-Fe2b-7WZhsrAQ&index=1&pp=iAQB

Para o climatologista Carlos Nobre, “se você pratica uma agricultura regenerativa, utiliza os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, você torna a agricultura muito mais resiliente com relação aos extremos climáticos que já estão acontecendo. Você aumenta muito a qualidade da agricultura e a resiliência, tornando a atividade também mais econômica”.

E o desafio de fazer essa transformação para uma agricultura e agropecuária sustentável é completamente possível de ser superado pelo Brasil, segundo o especialista. Em 2015, o Brasil assinou o Acordo de Paris tendo como meta a redução de suas emissões de gases do efeito estufa em até 43% até 2030. O tratado internacional abrange mitigação, adaptação e financiamento à mitigação das mudanças climáticas.

O Brasil é um dos poucos países no mundo de grande emissão – nós somos os quintos maiores emissores – que pode ser o primeiro a atingir essa meta de emissão líquida zero em todos os biomas brasileiros”, destaca o climatologista.

https://www.youtube.com/watch?v=4riSPFLnFXA&list=PLb97GwY49gU_oyfl7Hi-Fe2b-7WZhsrAQ&index=2

Quando falamos especificamente do Cerrado, é importante lembrar do papel fundamental deste bioma na proteção dos recursos hídricos brasileiros. O Cerrado é um bioma com características particulares, de grande biodiversidade e cultura associadas a esses recursos naturais. Quando se junta tudo isso, é preciso saber os prejuízos ambientais e culturais que o desmatamento pode causar. Quem faz esse alerta é a ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, também em entrevista para o PRS - Cerrado.

Quando nós conseguimos reduzir o desmatamento, a gente consegue, de forma incrível, reduzir as emissões de CO2 [...] e o Brasil está comprometido a fazer isso evitando os efeitos indesejáveis dessa mudança, criando um novo ciclo de prosperidade que possa combater as desigualdades e melhorar a vida das pessoas, mas com sustentabilidade. Pensar na justiça climática é pensar não só em mudar a maneira de fazer, é pensar na nossa maneira de ser”, ressalta a ministra.

Para isso, é fundamental que se tenha uma economia diversificada, e a diversificação passa pelas atividades agrícolas, que devem aumentar a produção por ganho de produtividade com as inovações que já estão comprovadas, como também é o caso dos Sistemas Agroflorestais (SAFs), por exemplo.

https://www.youtube.com/watch?v=NQoWTvwW8mM&list=PLb97GwY49gU_oyfl7Hi-Fe2b-7WZhsrAQ&index=3

Em torno das consequências das mudanças climáticas para as minorias, a coordenadora de Justiças Climáticas do Ministério dos Povos Indígenas, Suliete Baré, também faz o seu alerta: “Quando se destrói o meio ambiente para construção de grandes empreendimentos, você está diretamente e indiretamente atingindo as minorias, nesse caso, os povos indígenas, que também sofrem as consequências dos desastres ambientais.

Segundo Suliete, as atividades humanas estão interferindo de forma negativa na questão climática e o mundo inteiro precisa estar mais atento para mudar isso.

Não tem como falar de mudanças climáticas e do enfrentamento à crise climática sem falar da proteção das terras indígenas e dos saberes tradicionais dos povos indígenas, que vêm há séculos cuidando e protegendo as florestas [...] povos indígenas, inclusive, que não estão presentes somente na região amazônica, mas em outros biomas também”, lembra a especialista.

https://www.youtube.com/watch?v=t2NmvQP5k1Y&list=PLb97GwY49gU_oyfl7Hi-Fe2b-7WZhsrAQ&index=4

Para falar de sustentabilidade, a primeira coisa que deve ser estabelecida são quais os objetivos que serão aplicados em cada propriedade para torná-la sustentável. Um desses grandes marcos de objetivos é a Agenda 2030 da ONU, que fala sobre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), metas a serem atingidas até 2030 para um mundo melhor para todos os povos e nações.

Carlos Gregório, professor de Agricultura Sustentável da Universidade Politécnica de Madri, na Espanha, indica os primeiros passos para aplicar tais objetivos na atividade agrária: “A primeira coisa que precisamos olhar são os quatro grandes atributos da sustentabilidade – econômica, social, ambiental e de governança. Esses quatro atributos têm a mesma importância e irão definir a sustentabilidade de uma propriedade.

A sustentabilidade econômica foca na geração e distribuição de uma renda mais justa, utilizando meios que preservem os recursos naturais. O lado social se liga ao conjunto de ações que visam melhorar a qualidade de vida das pessoas através da diminuição da desigualdade social e a garantia de acesso a serviços básicos como saúde e educação, por exemplo. No ambiental, está o respeito à biodiversidade e o uso consciente dos recursos naturais, de modo que eles não se esgotem para as próximas gerações. E, por fim, o atributo da governança foca no fortalecimento das governanças locais e no comprometimento das mesmas para que sigam as normas ambientais e se organizem adequadamente em todas as questões sustentáveis.

https://www.youtube.com/watch?v=VpIqEdsfBpY&list=PLb97GwY49gU_oyfl7Hi-Fe2b-7WZhsrAQ&index=5

Da década de 70 para os dias atuais, o Brasil saiu de uma situação de insegurança alimentar e fez a grande mudança que hoje é chamada de agricultura adaptativa, ou regenerativa. Hoje, o país é o maior exportador de alimentos do mundo, uma vantagem competitiva muito grande ao considerar território, recursos naturais e a competência para produzir com sustentabilidade.

Quem pontua essa informação é Renata Miranda, Ex-secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Segundo ela, os desafios sociais existem e o Brasil ainda tem algumas escalas econômicas para subir, mas é importante que possamos compreender o potencial do país em questão de agropecuária sustentável.

E quando falamos de Cerrado, o bioma tem um significado muito forte no desenvolvimento do país. O Cerrado não tem só um valor histórico, mas tem também um componente importante nessa produtividade que nos orgulha tanto. [...] Aquele produtor que não reconhece que é preciso preservar para produzir está corrompendo o sucesso futuro dele e das gerações que virão depois dele”, destaca Renata Miranda.

https://www.youtube.com/watch?v=1U5l5cVIQVk&list=PLb97GwY49gU_oyfl7Hi-Fe2b-7WZhsrAQ&index=6

Com atuação em quatro estados brasileiros – Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais – e em mais de 100 municípios, o PRS - Cerrado tem como diretrizes melhorar a renda e a qualidade de vida de pequenos produtores e produtoras rurais; garantir acesso à assistência técnica, à capacitação e ao crédito; fortalecer organizações socioprodutivas; investir em pesquisas sobre agropecuária sustentável; e disseminar a implantação de tecnologias de baixa emissão de carbono. Entre suas frentes de atuação, está o Programa de Capacitação, com atividades formativas para atender os diferentes públicos do projeto. São diversas atividades: Dias de Campo; cursos de Educação à Distância (EaD), em parceria com o Canal Futura; Mestrado Profissional, em conjunto com a Universidade Federal de Lavras (UFLA); Cursos Presenciais; e ações de empoderamento social.

O projeto é resultado de uma Cooperação Técnica aprovada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com recursos do Financiamento Internacional do Clima do Governo do Reino Unido, tendo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) como beneficiário institucional, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) como responsável pela sua execução e administração. A Embrapa é a responsável pela coordenação científica e a Associação Rede ILPF pelo apoio técnico.


PRS - Cerrado dá início à entrega dos Benefícios Coletivos

O Projeto Rural Sustentável – Cerrado começou a realizar as entregas dos Benefícios Coletivos (BCs) às Organizações Socioprodutivas (OSPs) e aos produtores e produtoras associados(as) à cada uma delas. Disponibilizados por meio da aquisição de bens e serviços não reembolsáveis, esses benefícios são considerados investimentos que ajudam a fortalecer tanto as cadeias de valor da agricultura e pecuária de baixa emissão de carbono, quanto o papel das OSPs na produção e comercialização, gerando renda e fortalecendo as associações, sindicatos e cooperativas rurais.

Para definir quais benefícios são considerados elegíveis, o PRS - Cerrado classificou aqueles que são de uso comum e que tragam ganhos diretos e indiretos para o grupo vinculado à cada Organização Socioprodutiva. Também são considerados eletivos bens e serviços que apoiem o fortalecimento da organização e possibilitem o suporte técnico, gerencial e informacional com potencial de renda aos(às) produtores(as). Além disso, é importante que os benefícios atendam o maior número possível de beneficiários(as) e apresentem a maior eficiência no uso dos recursos financeiros disponibilizados.

Mas como chegamos até aqui?

A jornada que nos trouxe até aqui começou em 2019 com a divulgação do Projeto Rural Sustentável - Cerrado em seus quatro estados de atuação: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Com isso, as Organizações Socioprodutivas (OSPs) que tinham interesse em implementar práticas produtivas sustentáveis e da agropecuária de baixa emissão de carbono foram convidadas a se cadastrarem de forma voluntária no Projeto.

Após a seleção das OSPs parceiras, foi preciso passar pela etapa de construção dos Planos de Negócios (PNs), que visavam ampliar e fortalecer o papel e as competências da OSP, permitindo maiores condições de sustentabilidade organizacional e de promoção e apoio para o coletivo de produtores(as) rurais vinculados(as) à organização – as Unidades Multiplicadoras (UMs). Esses planos foram compostos por um Plano de Ação e um Plano de Investimento para destinação dos Benefícios Coletivos previstos.

Para a construção dos PNs foram contratadas instituições especializadas em Planos de Negócios e atuação com pequenos e médios produtores(as) organizados. Em campo, as instituições fizeram o levantamento de informações, demandas e desafios para compor o diagnóstico institucional e das atividades socioprodutivas de cada OSP e, a partir disso, foram realizadas oficinas para a construção dos PNs, que passaram por avaliação e sugestões de especialistas até chegar na versão final. Todo esse processo foi técnico-participativo, ou seja, contou com a participação de representantes das OSPs para que também pudessem expor seus próprios pontos de vista.

Por fim, foi dado início ao processo de aquisição dos Benefícios Coletivos (BCs). A partir do Plano de Investimento construído de forma técnico-participativa e validado com as OSPs e seus representantes, os recursos são disponibilizados mediante aquisições de bens e contratações de serviços e, finalmente, entregues diretamente às OSPs.

A entrega dos Benefícios Coletivos também é emocionante para a equipe do projeto e é um marco na jornada do PRS - Cerrado, resultado da construção participativa dos Planos de Negócios para cada uma das 40 OSPs que participam do projeto. Os Benefícios Coletivos são meios de viabilizar os sonhos de trabalho e renda das OSPs e impulsionar práticas sustentáveis no Cerrado, o que demonstra o potencial transformador do PRS - Cerrado e nos faz sentir parte de algo muito maior”, destaca o Coordenador de Finanças Verdes do Projeto, Paulo Camuri.

Alguns exemplos de Benefícios Coletivos (BCs) são: construção civil para melhoria em infraestruturas de uso coletivo e com fins agroindustriais; infraestrutura de produtos; maquinários agrícolas; caminhões e veículos utilizados em atividades produtivas e de suporte objeto do projeto; infraestrutura, equipamentos de apoio e de informática, comunicação e softwares necessários à estruturação de gestão da OSP; entre outros.


Projeto lança livro Inovações Rurais no Cerrado: Pesquisas para prática sustentável

Está disponível o livro “Inovações Rurais no Cerrado: Pesquisas para a prática sustentável”. A publicação do Projeto Rural Sustentável - Cerrado simboliza a finalização das ações de pesquisa do Projeto e registra todos os principais resultados científicos alcançados por esse investimento ao longo de aproximadamente dois anos. A leitura é online e gratuita para todos(as).

Acesse e leia agora mesmo.

O livro contou com a contribuição de pesquisadores(as), analistas, técnicos(as), bolsistas e consultores(as) para a promoção do desenvolvimento rural sustentável no bioma Cerrado. Ao todo, são mais de 600 pessoas envolvidas na geração de resultados com impactos diretos na sustentabilidade do campo. Estudos que certamente incentivarão novas pesquisas, projetos e políticas públicas.

O livro foi oficialmente lançado no evento Seminário Final das Pesquisas e Apresentação da Produção Técnica e Acadêmica da 1ª Edição do Mestrado Profissional. A ocasião reuniu pesquisadores(as) e estudantes da primeira edição do Mestrado Profissional, em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), para apresentarem os principais resultados das pesquisas e de seus trabalhos técnicos. O evento também foi transmitido online e ainda pode ser assistido no canal do IABSTV, no YouTube.

Inovação e Pesquisa no PRS - Cerrado

Em cerca de dois anos de execução das ações, o PRS - Cerrado apoiou financeiramente  a execução de projetos de pesquisa, totalizando mais de R$ 12 milhões investidos em 35 pesquisas, conduzidas por mais de 30 instituições. 

O objetivo foi a promoção da geração de conhecimento e fortalecimento de instituições de ensino e pesquisa no desenvolvimento de estudos relacionados à agropecuária sustentável e de baixa emissão de carbono no bioma Cerrado. As pesquisas foram divididas em duas linhas de atuação, sendo elas:

  • Pesquisas Direcionadas – englobam os projetos que objetivam responder às principais lacunas e demandas de conhecimento atuais sobre tecnologias de baixa emissão de carbono e temas afins, com colaboração direta da Embrapa;
  • Edital de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) – foram selecionadas e viabilizadas pesquisas em modelos de produção sustentável nos territórios abrangidos pelo PRS – Cerrado, com a participação ativa de diversas instituições nacionais e regionais.

Saiba mais sobre as ações de Pesquisa do PRS - Cerrado.


11 de setembro é Dia Nacional do Cerrado

Savana mais biodiversa do planeta, berço das águas do Brasil e o segundo maior bioma do país: este é o Cerrado! E neste 11 de setembro, celebramos o Dia do Cerrado ao relembrarmos a grandeza deste bioma e os compromissos do Projeto Rural Sustentável - Cerrado frente aos principais desafios enfrentados por ele.

Cerrado: biodiversidade e desafios

Localizado no Planalto Central do Brasil, o Cerrado está presente em 11 estados, abrangendo 24% do território brasileiro e tendo uma extensão territorial de 2 milhões de quilômetros quadrados – a área equivale ao tamanho dos países Portugal, Espanha, França e Itália juntos! O bioma também é estratégico para a manutenção dos recursos hídricos na América do Sul devido às cabeceiras dos rios que alimentam as principais bacias hidrográficas do subcontinente. E é por conta disso que ele recebeu o nome de berço das águas do Brasil.

Apesar das funções vitais desempenhadas pelo bioma, a expansão agrícola que já domina cerca de 46% das áreas nativas do Cerrado tem sido uma das principais atividades responsáveis pelo aumento da quantidade de carbono na atmosfera. Portanto, por mais que o Cerrado carregue toda a sua biodiversidade consigo, o desmatamento, o calor extremo, a seca e os incêndios frequentes, trazem graves problemas ao funcionamento dos ecossistemas.

Para que haja uma estabilidade climática local e regional, é preciso pensar na conservação do Cerrado buscando evitar o desmatamento ilegal. Além disso, é importante promover uma agricultura sustentável ao recuperar as áreas degradadas e fortalecer os produtores e produtoras locais, garantindo a eles(as) acesso a recursos naturais e promovendo o aumento da produtividade da área.

PRS - Cerrado: em busca de um rural mais sustentável

Pensando nesses desafios, o Projeto Rural Sustentável - Cerrado assumiu o compromisso de promover soluções positivas para a natureza, realizando um trabalho em conjunto com todos os atores envolvidos na produção rural.

Com o objetivo geral de mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e aumentar a renda de pequenos(as) e médios(as) produtores(as) no bioma Cerrado, o Projeto vem promovendo práticas sustentáveis por meio da adoção de tecnologias produtivas de baixa emissão de carbono, fortalecimento de organizações produtivas locais, apoio e assistência técnica e extensão rural gratuita, além da facilitação do acesso ao crédito.

O nosso trabalho dentro do Projeto Rural Sustentável - Cerrado vem de um compromisso que todos nós buscamos com a sustentabilidade e com um bioma tão importante como o Cerrado. E fazemos isso de forma singular, sempre em conjunto com os(as) produtores(as) rurais. O resultado desse compromisso é alcançado quando trabalhamos em harmonia, visando um futuro próspero para o campo e para as próximas gerações”, destaca a Coordenadora de Campo do PRS - Cerrado, Marília Ramos.

Cursos de Educação a Distância (EaD), Mestrado Profissional, ações de popularização da agropecuária sustentável junto a escolas públicas, Cursos Presenciais e Dias de Campo são algumas das ações realizadas pelo Projeto desde 2019. Com atuação em 101 municípios presentes nos estados do Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, já são cerca de 3.700 propriedades rurais envolvidas, com mais de 500 Dias de Campo realizados, mais de 15 mil participantes em ações de sensibilização, treinamento e capacitação, 40 Organizações Socioprodutivas (OSPs) apoiadas e 12 milhões aplicados em pesquisa, tudo para alavancar o uso sustentável de 280 mil hectares de propriedades envolvidas.


Confira a agenda dos Dias de Campo do PRS – Cerrado em setembro

Em busca de proporcionar trocas de experiências e sensibilizar produtores(as) rurais sobre a implementação da agropecuária de baixa emissão de carbono, o PRS – Cerrado realizará novos Dias de Campo (DCs) ao longo do mês de setembro. Ao todo, serão 17 eventos, que acontecerão em 16 municípios localizados nos quatro estados de atuação do Projeto: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Os eventos são abertos para todos(as) interessados(as) no tema e que buscam contribuir no debate acerca do rural sustentável.

Os encontros do mês de setembro dão continuidade à rodada dos Dias de Campo de ATER Coletiva, que tem como objetivo aproximar as instituições de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e as Organizações Socioprodutivas (OSPs), com diferentes assuntos mais pertinentes para cada OSP. Entre os temas que serão abordados nos DCs estão: Produção Agroecológica na Agricultura Familiar, Implantação e manejo das pastagens, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD), entre outros. Clique aqui e saiba mais sobre alguns desses importantes temas.

Caso tenha interesse em participar dos Dias de Campo do PRS – Cerrado, procure o(a) monitor(a) de sua região: https://www.ruralsustentavel.org/projeto/como-atuamos/

Confira as datas e os locais de cada evento no mapa abaixo:


Seminário traz importância da pesquisa e capacitação para a agropecuária sustentável

O Projeto Rural Sustentável - Cerrado realizou, nos últimos dias 28 e 29 de agosto, o Seminário Final das Pesquisas e Apresentação da Produção Técnica e Acadêmica da 1ª Edição do Mestrado Profissional. O evento reuniu mais de 120 pessoas na sede do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), em Brasília (DF), com o objetivo de debater a importância das ações de pesquisa e capacitação para a transformação sustentável da agropecuária brasileira. Entre os participantes, estavam representantes do IABS, Governo do Reino Unido, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Embrapa e da Universidade Federal de Lavras (UFLA).

O Seminário também contou com transmissão online pelo canal do IABSTV, no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=0GyCFjsSRjw
Durante a programação, houve a apresentação das pesquisas apoiadas pelo PRS - Cerrado e dos trabalhos de dissertação desenvolvidos pela 1ª turma do Mestrado Profissional, realizado em parceria com a UFLA – duas ações do Projeto que contribuem em um objetivo conjunto: mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e aumentar a renda e a sustentabilidade de pequenos(as) e médios(as) produtores(as) no bioma Cerrado, promovendo a adoção de tecnologias produtivas de baixa emissão de carbono.

O líder de agricultura sustentável na missão diplomática britânica no Brasil, João Oliveira, destaca a parceria entre os países para o cumprimento desse objetivo. “Essa parceria do Reino Unido com o governo brasileiro é muito importante, porque o Brasil é um país de grande relevância para o atingimento das metas e acordos globais. Portanto, faz todo sentido investir e incentivar esse desenvolvimento sustentável da agricultura, uma vez que nós temos grandes desafios na área do clima e da biodiversidade”, comenta João.

Para Márvio Abreu, professor e coordenador da UFLA no Programa de Pós-graduação em Ciências e Tecnologia da Produção Animal do Mestrado Profissional, “é preciso que a gente discuta cada vez com mais profundidade e responsabilidade o tema da sustentabilidade para que possamos garantir os recursos atuais para gerações futuras. E é através de ações como essas que conseguimos aumentar o número de atores envolvidos que levarão adiante esses conhecimentos e, assim, teremos um sucesso ao nosso alcance.

Sobre as Pesquisas

Com o objetivo de promover a geração de conhecimento e fortalecer instituições de ensino e pesquisa no desenvolvimento de estudos relacionados à agropecuária sustentável e de baixa emissão de carbono no bioma Cerrado, o PRS - Cerrado apoiou financeiramente  a execução de projetos de pesquisa em duas linhas de atuação:

  • Pesquisas Direcionadas – englobam os projetos que objetivam responder às principais lacunas e demandas de conhecimento atuais sobre tecnologias de baixa emissão de carbono e temas afins, com colaboração direta da Embrapa;
  • Edital de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) – foram selecionadas e viabilizadas pesquisas em modelos de produção sustentável nos territórios abrangidos pelo PRS - Cerrado, com a participação ativa de diversas instituições nacionais e regionais.

Com o investimento de mais de 12 milhões de reais, foram apoiadas 35 pesquisas científicas agrupadas por temáticas, sendo 13 delas da linha das Pesquisas Direcionadas e 22 contempladas pelo processo de seleção do Edital de Pesquisa e Desenvolvimento.

O Cerrado é um bioma muito rico que compreende cerca de 25% do território brasileiro e o PRS - Cerrado chega para contribuir com todas as ações que visam a agricultura sustentável de baixo carbono nesses locais. Todas essas pesquisas que desenvolvemos em parceria são extremamente importantes para as políticas públicas brasileiras e os compromissos internacionais que o Brasil tem assumido”, ressalta Ladislau Skorupa, Coordenador científico das pesquisas e pesquisador da Embrapa Meio Ambiente.

Além da apresentação das pesquisas, o momento do Seminário também marcou o lançamento do livro "Inovações Rurais no Cerrado: Pesquisas para a prática sustentável", que apresenta os principais resultados de trabalhos feitos por diversos pesquisadores(as) e colaboradores(as) parceiros. Faça o download gratuito do livro através do site da Editora IABS, aqui neste link.

Sobre o Mestrado Profissional

O Mestrado é uma das ações do Programa de Capacitação do PRS - Cerrado, realizado em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), e tem como objetivo capacitar, qualificar e aperfeiçoar profissionais em práticas produtivas sustentáveis, gestão da propriedade e em tecnologias e inovação para o campo. As principais temáticas debatidas durante o curso são: mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE); redução de desmatamento; práticas produtivas sustentáveis e de baixa emissão de carbono, com foco nos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD); conservação da biodiversidade no Cerrado, entre outras.

A engenheira agrônoma da Empaer Mato Grosso, Ana Carla Vidotti, foi uma das alunas da 1ª Edição do Mestrado e conta sobre a sua experiência: “Foi muito enriquecedor conviver com outros colegas de outras realidades e formações, isso contribuiu muito pessoalmente e profissionalmente, me fazendo ter uma visão mais crítica de todo o sistema onde estou inserida. Agora, eu vou poder auxiliar melhor os produtores com os quais eu trabalho de uma maneira mais assertiva e prática para que eles possam aplicar esses conhecimentos no campo.

Thiago Assis, professor e coordenador da UFLA no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Sustentável e Extensão ressalta a importância de se formar profissionais na área sustentável. “Os profissionais que estão formando saem com uma bagagem de conhecimento para atuar de forma interdisciplinar frente a esses desafios tão complexos. A gente fala de desenvolvimento rural sustentável e precisamos de pessoas preparadas para olhar para esses problemas de forma crítica por diversos aspectos, considerando a importância da produção, da técnica e dos diversos atores envolvidos no meio rural”, destaca.

O Mestrado Profissional também contou com o lançamento de um livreto durante o Seminário. A publicação apresenta todos os detalhes da 1ª Edição do Mestrado e dos temas de dissertação dos participantes. Você confere todas essas informações do livreto clicando neste link aqui.


Rodada das ATERs Coletivas traz temas relevantes para a agropecuária sustentável

Durante os meses de agosto e setembro, o Projeto Rural Sustentável - Cerrado está promovendo mais uma rodada das ATERs Coletivas, um momento de intercâmbio de experiências entre as instituições de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e os(as) beneficiários(as) do PRS - Cerrado. A rodada faz parte da trilha de UM do Projeto e será composta por 40 Dias de Campo (DCs) – um por cada Organização Socioprodutiva (OSP) – distribuídos pelos estados de atuação Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

Além da troca de experiências, esses momentos proporcionam que produtores(as) das regiões aperfeiçoem os seus conhecimentos acerca de temas relevantes no meio rural sustentável e os coloquem em prática em suas propriedades.

Conheça alguns dos temas que estão sendo abordados durante os Dias de Campo das ATERs Coletivas neste mês e a importância deles para uma agropecuária mais eficiente e sustentável:

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)

Alternativa para aumentar a dinamicidade e sustentabilidade produtiva, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta é uma tecnologia produtiva de baixa emissão de carbono e uma forma de mitigar e adaptar o campo às mudanças climáticas. Essa estratégia de produção integra diferentes atividades agrícolas, pecuárias e florestais na mesma área – em uma forma de cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação – buscando efeitos sinérgicos entre seus componentes, contemplando a adequação ambiental e a viabilidade econômica.

O sistema de ILPF pode ser classificado em quatro modalidades: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF); Integração Lavoura Floresta (ILF); Integração Pecuária Floresta (IPF); e Integração Lavoura Pecuária (ILP). A escolha da modalidade mais adequada deve ser feita com base na análise das características da região, condições do clima e objetivos do(a) produtor(a) rural.

Sistema de Produção Agroflorestal e a Agricultura Sintrópica

O Sistema de Produção Agroflorestal, ou Sistemas Agroflorestais (SAFs), é um Sistema Produtivo Sustentável e uma forma de uso do solo que combina, em uma mesma área e em um determinado tempo, florestas e culturas produtivas. Essa estratégia concilia benefício econômico, restauração ambiental e adaptação às mudanças climáticas. As agroflorestas reduzem a degradação ambiental da lavoura, melhoram a  qualidade e disponibilidade da água e reduzem o risco de erosão e desmatamento.

Devido à diversidade de espécies e de produtos advindos dos SAFs, esse é um sistema de produção interessante para a Agricultura Familiar. Agricultores e agricultoras que cultivam nesses sistemas favorecem a segurança financeira a curto, médio e longo prazo, ao possibilitar o comércio das culturas agrícolas, das espécies frutíferas e, após alguns anos, a venda de outros insumos sustentáveis.

Com o objetivo de aproveitar ao máximo o terreno para a manutenção e reintrodução das espécies de plantas nativas, a Agricultura Sintrópica é uma forma de Sistema Agroflorestal (SAF). Nela, as plantas são cultivadas em consórcio e dispostas em linhas paralelas, intercalando espécies de portes e características diferentes. O ciclo temporal dos consórcios é um fator fundamental para o bom funcionamento desse modelo, desta forma, à medida que os ciclos de plantio ocorrem, o solo é enriquecido com a disponibilidade de matéria orgânica remanescente das colheitas.

Planejamento Forrageiro e o Uso de Plantas de Cobertura

Importante estratégia para garantir e otimizar o uso das pastagens na produção pecuária, o Planejamento Forrageiro é um método preventivo para reduzir os riscos e prejuízos do campo nos períodos de seca. O uso correto de plantas forrageiras – gramíneas ou leguminosas cultivadas para proteger o solo, alimentar animais e fornecer palha – ajuda a manter a oferta de alimento e segurança nutricional dos animais, adequando a qualidade e a quantidade de pastagem disponível.

Para um bom Planejamento, é necessário conhecer o sistema de produção e a dinâmica interativa entre a qualidade do solo, consumo e demanda do rebanho e as características das plantas de cobertura presentes no pastejo. Algumas práticas que se enquadram neste Planejamento são: uso de forrageiras mais produtivas e adaptadas; conservação de forragem; adubação; venda programada dos animais; e rotação da cultura a partir da Integração Lavoura-Pecuária (ILP).

A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e a Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD) são sistemas produtivos e estratégias que buscam a produção agropecuária comprometida com reduzir a emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE). Aplicam, inclusive, o Planejamento Forrageiro e o Uso de Plantas de Cobertura como métodos para recuperar e mitigar a degradação de determinada área e promover a sustentabilidade no setor agrícola e pecuário.

Manejo de Pastagens e tecnologias utilizadas na produção de rebanho leiteiro mestiço

O Manejo de Pastagens é um conjunto de ações voltadas para conservar o solo, evitar a degradação do pasto e possibilitar a produção constante de forrageira (capim e gramíneas). Tem como objetivo melhorar a quantidade e qualidade dos produtos de origem animal como carne e leite e, ao mesmo tempo, busca não interferir no desenvolvimento do capim e na qualidade do solo.

Estratégia que concilia o controle dos animais e da estrutura do pasto, é aplicada principalmente a partir de dois sistemas: pastejo contínuo e o pastejo rotacionado, também chamado de piqueteamento. A escolha para uso de um desses desses sistemas depende das necessidades de produção e das características climáticas e geológicas do terreno.

Como proposta a longo prazo, evita a degradação das pastagens – a  partir de métodos como ajuste do número de animais em determinada área, análise anual da fertilidade do solo, atenção à altura do capim e o controle periódico de ervas daninhas, pragas e doenças. Além da melhoria da produtividade e da renda dos produtores e produtoras, reduz os impactos ambientais, como erosão, emissão de carbono, perda de nutrientes do solo e assoreamento dos cursos d’água. Esse conjunto de fatores aumenta a vida útil do pasto e proporciona maior segurança produtiva.

Produção Agroecológica na Agricultura Familiar

Promovendo uma produção eficiente, sustentável e rica em diversidade de alimentos, a união entre Agroecologia e Agricultura Familiar também significa maior estabilidade produtiva. Essa relação contribui para autonomia e segurança alimentar e nutricional da população, fortalecendo a sustentabilidade financeira das pessoas no campo e impulsionando a economia municipal e regional. Um outro indicador interessante é que, atualmente, os produtores(as) e consumidores(as) estão cada vez mais preocupados com alimentos saudáveis e sem pesticidas, o que fortalece a presença da Agricultura Familiar Agroecológica no mercado.

Exemplos de práticas agroecológicas na Agricultura Familiar são: culturas rotacionadas, Sistemas Agroflorestais (SAFs) biodiversos integrados à produção, consórcio de cultivos e a diversidade da agricultura e da criação de animais. Como consequência, incentivam a integração entre as unidades de cultivo, melhoram continuamente os serviços ecossistêmicos e promovem a conservação e recuperação ambiental da propriedade.